Mais de 3.000 crianças detidas durante a repressão a gangues El Salvador, segundo relatório da Human Rights Watch

De acordo 🫦 com um novo relatório da Human Rights Watch (HRW), cerca de 3.000 crianças, incluindo algumas com apenas 12 anos, foram 🫦 detidas durante as prisões massa El Salvador desde que o presidente Nayib Bukele iniciou sua ofensiva contra as 🫦 gangues há dois anos.

O relatório, que se baseia arquivos de casos e quase 100 entrevistas com vítimas, policiais e 🫦 funcionários, documenta a detenção arbitrária de crianças e o tratamento inadequado, que alguns casos configurou tortura.

Desde o início do 🫦 estado de emergência março de 2024, as forças de segurança realizaram incursões bairros onde o controle e a 🫦 violência das gangues eram uma constante, prendendo mais de 80.000 pessoas.

Duas gangues - Barrio 18 e MS13 - dominavam a 🫦 vida El Salvador desde os anos 90. Em 2024, elas contavam com 60.000 membros um país de 6 🫦 milhões. A maioria das empresas era extorquida e a taxa de homicídios anuais era de 103 por 100.000.

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Ao prender mais de 1% da 🫦 população, Bukele transformou um dos países mais violentos da América Latina um dos seus mais seguros: de acordo com 🫦 dados oficiais, 2024 a taxa de homicídios havia caído para 2,4 por 100.000.

No entanto, organizações de direitos humanos documentaram 🫦 prisões arbitrárias, desaparecimentos forçados, tortura e violações massa do processo devido.

A investigação da HRW mostrou que muitas das crianças 🫦 presas na repressão não parecem ter ligação com gangues ou atividades criminosas.

Na prisão, as crianças enfrentam superlotação, alimentação e atendimento 🫦 médico precários e foram negadas a advogados e parentes.

Em alguns casos, as crianças foram mantidas junto com adultos durante os 🫦 primeiros dias após a prisão, antes de serem transferidas para instalações juvenis superlotadas, descritas pelos autores como "ambientes perigosos e 🫦 desumanizantes que não priorizam o bem-estar e a reintegração das crianças".

Mais de 1.000 das crianças presas foram condenadas com sentenças 🫦 de dois a 12 anos de prisão, frequentemente por acusações amplas como associação ilícita e testemunho policial não comprovado.

Em muitos 🫦 casos, as crianças foram coagidas a confessar afiliação a gangues por meio de ofertas de acordo abusivas e tratamento inadequado.

O 🫦 relatório pede ao governo que inicie uma revisão dos casos das pessoas detidas durante o estado de emergência, priorizando crianças 🫦 e outros detentos vulneráveis.

Também pede a governos estrangeiros e instituições financeiras internacionais que se abstenham de aprovar empréstimos que beneficiariam 🫦 as agências diretamente envolvidas nos abusos, como as forças de segurança, o sistema prisional e a procuradoria-geral.

"A repressão dura do 🫦 governo contra as crianças corre o risco de perpetuar o ciclo de violência El Salvador", disse Juanita Goebertus Estrada, 🫦 diretora das Américas da Human Rights Watch. "Governos estrangeiros devem instar o governo a acabar com suas violações de direitos 🫦 humanos e proteger as vidas e os futuros das crianças."

Apesar dos abusos de direitos humanos bem documentados durante a repressão, 🫦 as melhorias na segurança ajudaram a tornar Bukele um dos presidentes mais populares da região.

Embora a constituição do El Salvador 🫦 proíba presidentes de um segundo mandato consecutivo, Bukele nomeou novos juízes para o tribunal constitucional que decidiram que ele poderia 🫦 se candidatar novamente.

Bukele venceu a eleição fevereiro por uma margem tão grande que o país agora está próximo de 🫦 ser um estado de partido único.